No fim e graças a pênalti polêmico, Avaí empata e elimina o Botafogo

No fim e graças a pênalti polêmico, Avaí empata e elimina o Botafogo

 

Foi dramático, suado e polêmico. Depois de sair atrás no placar, o Avaí foi para o ataque e, aos 42 do segundo tempo, graças a um pênalti inexistente de Lucas sobre Estrada conseguiu o gol que lhe garantiu o empate por 1 a 1 com o Botafogo. Com o resultado desta quarta-feira à noite na Ressacada, o time catarinense está pela primeira vez nas quartas de final da Copa do Brasil por conta do critério de gols marcados fora de casa. No duelo de ida, no Rio de Janeiro, as duas equipes empataram por 2 a 2. Loco Abreu e William fizeram os gols em Florianópolis.

Ao final da partida, Loco Abreu e Marquinhos protagonizaram uma triste cena. O meia do Avaí teria provocado o atacante, que partiu para a briga. Alguns atletas e integrantes das duas comissões técnicas se envolveram, e a polícia teve que interferir para impedir que o tumulto aumentasse.

O Avaí terá que aguardar a próxima quarta-feira para conhecer o seu rival. Goiás e São Paulo fazem ainda nesta quarta o primeiro jogo entre eles. Na próxima semana, as duas equipes fazem o duelo decisivo para saber quem enfrenta o Leão. O time catarinense, entretanto, volta a campo neste domingo, contra o Figueirense. O jogo é válido pela semifinal do segundo turno do estadual.

Por sua vez, o torcedor do Botafogo terá que esperar um longo tempo até ver seu time em ação de novo. Eliminado também do Carioca, o Glorioso terá que aguardar o Brasileiro para ter um jogo oficial. O Palmeiras, no dia 22 de maio, é o primeiro adversário.

Táticas diferentes, resultado igual

Caio Junior surpreendeu ao escalar o Botafogo com três zagueiros, com Lucas Zen entrando no lugar do meia Everton. A intenção do treinador era dar mais liberdade para Cortês e Lucas atacarem. No lado do Avaí, Silas pôde contar com a volta de Marquinhos, recuperado de lesão. Apesar da vantagem de poder empatar em 0 a 0, o treinador do Leão escalou a equipe com uma postura ofensiva. Pelo que se viu no primeiro tempo, as duas táticas poderiam dar certo.

Com Cidinho bem marcado, o Botafogo teve problemas na criação de jogadas e pouco ameaçou o Avaí. Mesmo assim, teve duas chances que poderiam ter resultado em gol. Na primeira, Herrera recebeu bom passe de Lucas, driblou o zagueiro, mas chutou para fora. Na segunda, Mattos tocou em profundidade para Cidinho que passou para Cortês chutar. O lateral acertou a trave de Renan.

Apesar das boas chances alvinegras, foi o Avaí quem mais teve o domínio de jogo. Rafael Coelho, logo no início, cabeceou muito perto do travessão. Foi o que bastou para a torcida se animar e apoiar mais o time: “vai para cima deles, Leão”, pediam. E foram atendidos. William, de costas, cabeceou com perigo ao gol de Jefferson. O goleiro fez difícil defesa. Pouco depois, Marquinhos arriscou de longe e também tirou tinta da trave.

Os times desceram para o vestiário com o 0 a 0 que classificaria o Avaí. Mas o Botafogo não podia reclamar da sorte. Por pouco, quase não termina a primeira etapa com apenas dez em campo. Herrera recebeu um amarelo depois de colocar a mão na bola em cobrança de falta. No fim da etapa, o atacante puxou a camisa do zagueiro Gian, mas levou apenas uma bronca do juiz e escapou da expulsão. A decisão deixou a torcida do Avaí revoltada.

Um gol para cada lado e classificação avaiana

As duas equipes voltaram com as mesmas formações para segunda etapa. Porém, ao contrário do primeiro tempo, quem começou com mais posse de bola foi o Botafogo. E o Alvinegro quase marcou logo no recomeço da partida. Lucas Zen apareceu como homem surpresa no ataque e deu bonito passe para Herrera. O atacante, com boa visão de jogo, deixou Loco Abreu na cara do gol. O chute cruzado, entretanto, passou longe de Renan.

Apesar do domínio, o time de General Severiano não conseguia chegar ao gol. Por isso, o Caio Junior optou por tirar João Filipe e colocar Everton no meio. O Glorioso ficou com dois volantes jogando improvisados na defesa. A mudança deu certo.

Pouco tempo depois de entrar, Everton deu bom passe para Herrera na área. O atacante disputou com o goleiro Renan e perdeu. Mas Loco Abreu, que vinha atuando mal até então, ficou com a sobra de bola e mandou para o fundo do gol. Na comemoração, muita vibração do uruguaio.

O gol do Botafogo foi o suficiente para a torcida do Avaí perder a paciência e começar a chamar o técnico Silas de burro. Mas o Leão deu a resposta rápido em campo. Rafael Coelho recebeu livre e tentou encobrir Jefferson. O goleiro alvinegro, entretanto, fez grande defesa e impediu o empate da equipe da casa.

O Avaí seguiu na pressão para buscar o gol do empate. Aos 39, William disputou uma jogada com Arévalo e caíu na área. O juiz nada marcou, irritando a torcida. Mas, minutos depois, Lucas se enrolou com Estrada e, dessa vez, o árbitro marcou o pênalti, em uma decisão polêmica. William marcou e garantiu a festa do Avaí.

No final da partida, Loco Abreu se desentendeu com Marquinhos e chegou a trocar agressões com ele. A polícia entrou em campo e impediu que a confusão aumentasse.

AVAÍ 1 X 1 BOTAFOGO
Renan, Felipe (Evando), Gian, Cássio e Julinho; Bruno, Diego Orlando, Marcinho Guerreiro e Marquinhos; William e Rafael Coelho (Estrada) Jefferson, João Filipe (Everton), Fahel e Lucas Zen; Lucas, Arévalo, Marcelo Mattos, Cidinho (Caio) e Cortês; Herrera (Somalia) e Loco Abreu.
Técnico: Silas Técnico: Caio Junior
Gols: Loco Abreu, aos 27 do segundo tempo. William, aos 42 do segundo tempo.
Cartões amarelos: Diogo Orlando, Bruno Silva e Julinho (Avaí), Herrera (Botafogo)
Estádio: Ressacada. Horário: 19h30m. Competição: Copa do Brasil. Árbitro: Ricardo Marques Ribeiro (MG). Auxiliares: Altemir Hausmann (RS) e Jair Albano Felix (MG).

Em treino secreto, Caio Jr. escala Fahel na defesa e Lucas na direita

Treinador esconde o time, mas elogia Cidinho, que deve seguir como titular

Caio Junior decidiu fazer suspense e fechou a primeira parte do treino realizado no CT do Figueirense à imprensa. Durante pouco mais de uma hora, o time do Botafogo fez um treino técnico longe do olhar das câmeras. Porém, o GLOBOESPORTE.COM apurou que o treinador escalou Fahel na defesa, no lugar de Antônio Carlos, suspenso. Na lateral direita, Lucas segue como titular, apesar de Alessandro ter se recuperado de uma lesão no tornozelo. Na esquerda, Cortês assume a posição na vaga de Guilherme.

Apesar do suspense sobre a equipe que encara o Avaí, nesta quarta-feira, o treinador não se furtou a comentar a situação de Fahel, jogador muito criticado pela torcida sempre que é escalado.

– Admiro muito o Fahel como pessoa e como profissional. Não é fácil viver a situação que ele vive. O caso do Fahel é bem típico de jogador que está há muito tempo em um clube e que viveu bons e maus momentos. Infelizmente, ficou marcado pelos maus.

O treinador fez mistério sobre a defesa, mas em relação à escalação do meio-campo deu pistas sobre o que pretende armar. Cidinho deve seguir entre os onze, depois de ter sido aprovado em sua estreia como titular no jogo do último domingo, conta o América. Marcelo Mattos, volta à equipe no lugar de Somália.

– O mais difícil já foi feito que era lança-lo. Todo mundo sentiu que ele tem personalidade e talento. Vou continuar apostando nele.

Ao final do treino, os jogadores fizeram um pequeno rachão e depois treinaram cobranças de pênalti. O time que deve encarar o Avaí é: Jefferson, Lucas, Fahel, João Filipe e Cortês; Arévalo, Marcelo Mattos, Cidinho e Everton; Herrera e Loco Abreu,

A partida contra o Avaí é válida pelo jogo de volta das oitavas de final da Copa do Brasil e será disputada no estádio da Ressacada, a partir das 19h30m (horário de Brasília). No duelo de ida, as equipes empataram em 2 a 2 e, por isso, o Leão tem a vantagem de empatar em 0 a 0 ou 1 a 1.

Caio Junior elogia Fahel e diz que comandado vai jogar

De volta ao elenco após lesão no joelho esquerdo, Fábio Ferreira fica no banco

Sem Antônio Carlos, suspenso pelo terceiro cartão amarelo, a zaga alvinegra terá novamente Fahel entre os titulares, assim como no Estadual de 2010. O volante será improvisado no setor ao lado de João Filipe e, apesar de contestado por grande parte da torcida, recebeu muitos elogios do técnico Caio Junior, que destacou confiar no potencial do comandado para a partida contra o Avaí, nesta quarta-feira, às 19h30, na Ressacada.

– Admiro o Fahel como pessoa e ele também é um grande profissional. Sofrer como vinha sofrendo não é fácil. Ele entrou no caso no qual o atleta fica rotulado pelos momentos ruins. Mas ele tem capacidade e fará um grande jogo – disse o treinador, que apesar de não confirmar os titulares, destacou a manutenção de Cidinho, de 18 anos, na equipe.

– É um jogador de personalidade, que não se intimida. Além disso, ele tem o apoio dos colegas. Às vezes, o atleta tem talento, mas não tem personalidade. Apesar de jovem, ele alia essas qualidades e me impressionou por isso – comentou Caio Junior.

O time trabalhou nesta terça-feira por cerca de uma hora e meia no CT do Figueirense e a atividade tática não foi aberta para a imprensa.

Titular, Cidinho se diz pronto: ‘É a hora certa para mostrar serviço’

Meia garante que está tranquilo para encarar o desafio de um jogo em que o time precisa vencer. E não teme mau momento da equipe

O desafio é grande: em meio à cobrança da torcida, ajudar o Botafogo a vencer o América para que o clube ainda tenha chance de chegar à semifinal da Taça Rio. Mas a confiança é do mesmo tamanho das dificuldades. Com apenas 18 anos, Cidinho ganhou uma vaga de titular no meio-campo do Botafogo e terá a missão de ajudar a resolver o problema de criação do setor. Apesar da responsabilidade, o garoto se mostra calmo.

– Me pegaram de surpresa com essa decisão, mas estou tranquilo. A responsabilidade é grande, já que estou em um clube grande como o Botafogo. Mas esse era meu objetivo, meu sonho. Essa é a hora certa para mostrar serviço. Acabei de vir do time de juniores que foi campeão carioca. Daqui a pouco, vão vir outros aí. A galera é boa – diz o jovem, que vai entrar no lugar de Caio no domingo.

Sorrindo bastante, Cidinho se mostrou descontraído durante a entrevista coletiva concedida nesta sexta-feira. Ao se apresentar, fez brincadeira com o próprio peso.

– Tenho 1,69m e 57kg. Estou fraquinho ainda (risos). Mas estou fazendo reforço muscular e daqui a pouco eu melhoro.O que mais gosto é pegar a bola e sair para cima do adversário – avisou.

Cria de Mesquita

Conhecido por todos no Bota pelo apelido, o jovem foi batizado como Alcides de Souza Faria Júnior. A referência ao pai no nome, entretanto, não é suficiente para explicar a ligação entre ambos. Ainda muito jovem, o meia perdeu a mãe. O pai, portanto, passou a ser grande referência de vida do jogador.

– Minha mãe morreu quando eu tinha dois anos, e meu pai teve que me criar sozinho. Ele é tudo para mim. Tenho muito orgulho de ter este nome.

Orgulho do nome e da cidade onde nasceu e vive até hoje. Ao ser questionado sobre onde mora, Cidinho deixou isso claro:

– Moro em Mesquita, na Baixada. Uma cidade boa. Pego um só ônibus para chegar ao treino e levo mais ou menos uma hora com o trânsito de hoje.

O jogador sonha comprar um carro para poder chegar mais rápido ao trabalho. Afinal, os outros não conseguem lhe dar carona.

– Todo mundo mora na Zona Sul. Só eu que moro na Baixada, aí ninguém me leva (risos). Estou tirando a carteira, mas acho que vai demorar ainda. Eu falto mais do que vou às aulas.

Com Cidinho entre os titulares, o Botafogo encara o América neste domingo, em São Januário. O jogo tem início às 16h (horário de Brasília).

Intolerância da torcida transforma Engenhão em ‘caldeirão do mal’

Vaias no início das partidas incomodam, e torcedores elegem seus ‘preferidos’ nas partidas do Botafogo em casa

A média de público do Engenhão em jogos do Botafogo em 2011, sem contar os clássicos, é de 4.795 pagantes – pouco mais de 10% da capacidade do estádio. Mas basta um erro para que as vaias ecoem como se existisse uma Bombonera lotada. Exatamente no momento em que o Alvinegro se consolidou como uma força do Campeonato Carioca – com presença em todas as decisões estaduais desde 2006 – e vive uma fase de ascensão nacional, seja dentro ou fora de campo, a paciência de sua torcida é inversamente proporcional. Jogadores e dirigentes não escondem o incômodo com as críticas à mínima falha dentro de casa, mais uma vez exemplificada no empate por 2 a 2 com o Avaí, na última quarta-feira, pelas oitavas de final da Copa do Brasil.

Em sua quarta partida no comando do Botafogo no Engenhão, Caio Júnior mostrou-se impressionado quando ouviu as vaias aos três minutos, quando a partida ainda estava empatada em 0 a 0. Se os mais jovens se mostram abalados com as críticas – como o zagueiro João Filipe – aqueles com mais tempo de clube procuram relevar. No entanto, nos dois casos existe um consenso: o comportamento dos torcedores do Alvinegro no Engenhão não traz benefício algum ao clube.

– Já viajei muito e nunca vi algo parecido em lugar algum do Brasil. Mesmo em casa, o time sente-se muito pressionado, e a insegurança de um acaba passando para os outros dentro de campo – lamentou um jogador com pouco tempo de clube.

Tolerância zero


Desde 2006 o Botafogo conquista pelo menos um turno do Campeonato Carioca e chega à decisão do estadual, conquistando dois títulos. De 2008 a 2010 o Alvinegro garantiu presença em todas as decisões de turno, com quatro títulos em seis disputas. No ano passado, chegou ao título do Carioca de forma inédita, conquistando Taça Guanabara e Taça Rio e garantindo o caneco sem a necessidade de uma finalíssima. Além disso, em 2010, construiu sua melhor campanha no Brasileirão desde 1995, quando foi campeão. Chegou ao sexto lugar e até a última rodada brigou por uma vaga na Libertadores.

No Engenhão, a torcida elegeu seus alvos. Com Alessandro, Márcio Azevedo e Fahel, por exemplo, a tolerância é zero. Mesmo antes de um erro, surgem as vaias. Com outros, como João Filipe, Somália e Caio, o primeiro erro desencadeia as críticas. No entanto, outros parecem imunes no conceito dos botafoguenses, como Jefferson, Herrera e Loco Abreu. Não são raros os pedidos de atletas e dirigentes alvinegros por mais paciência e compreensão da arquibancada.

Sinal amarelo


Joel Santana foi uma das últimas vítimas da ira dos torcedores no Engenhão. Criticado por seu estilo de jogo, considerado pela arquibancada extremamente defensivo, o treinador não escondeu que em sua decisão de deixar o clube pesou muito as vaias recebidas após 14 meses de trabalho em General Severiano. E mesmo com 15 dias de Botafogo, Caio Júnior, dono de uma proposta de jogo ofensivo, mostrou-se impressionado com o clima hostil criado dentro da própria casa alvinegra.

– Não dá para jogar com dois minutos a torcida vaiando. Aí tem que ter psicólogo o tempo todo. O João Filipe é um menino e entrou agora no time. Tem que entender que assim não ajuda nada – disse o treinador no intervalo da partida contra o Avaí.

Os imunes


Um representante da ala experiente do grupo prefere deixar de lado a pressão sofrida no Engenhão e acredita que, em Florianópolis, o Botafogo mostrará um desempenho mais leve.

– Estou confiante de que vamos jogar melhor fora de casa, vencer o Avaí e nos classificar na Copa do Brasil. Infelizmente tem sido assim para o nosso time – afirmou o jogador.

Em jogo nervoso, Avaí abre dois de vantagem, mas Bota busca empate

Desorganizado e sob pressão da torcida, Glorioso joga mal e fica no 2 a 2 com o Leão, que leva boa vantagem para a partida de volta, em casa

Pouco mais de cinco mil pessoas estiveram presentes ao Engenhão, nesta quarta-feira, para o jogo entre Botafogo e Avaí, no primeiro duelo das oitavas de final da Copa do Brasil. E eles fizeram pressão sobre o time alvinegro desde os primeiros minutos. Nervoso, o Glorioso viu o adversário fazer 2 a 0 antes da metade da etapa inicial, em falhas da defesa. A reação alvinegra garantiu o empate em 2 a 2, evitando uma derrota em casa, mas o placar é bom para a equipe catarinense, que no jogo de volta poderá empatar em 0 a 0 ou 1 a 1 para avançar no torneio.

Novo placar de 2 a 2 levará a disputa da vaga para os pênaltis, e as equipes se classificam com vitória de qualquer placar. Todos os gols saíram ainda no primeiro tempo da partida. Willian e Rafael Coelho para o Avaí. Herrera, após bonita jogada de Caio, e Loco Abreu empataram para o Botafogo. Apesar da reação, a torcida não perdoou o time e vaiou muito ao fim do jogo. Em coro, os alvinegros também cobraram a diretoria: “Queremos jogador”.

Botafogo e Avaí voltam a se enfrentar na próxima quarta-feira, às 19h30m (de Brasília), no Estádio da Ressacada, em Florianópolis. Quem se classificar pega São Paulo ou Goiás nas quartas de final. Antes, porém, as duas equipes têm confrontos pelos seus estaduais no domingo, às 16h (de Brasília). O Glorioso enfrenta o América, em São Januário, e o Leão recebe o Concórdia.

Vaias e muitos gols na primeira etapa

Nos dias que antecederam a partida, o treinador Caio Junior e o goleiro Jefferson disseram que o Botafogo tinha que parar com as bolas aéreas para deixar de ser previsível. Mas o que se viu nos primeiros minutos de jogo foi uma realidade distante da teoria. O Botafogo insistiu nesse tipo de lance e quase não conseguiu ameaçar. Para piorar a situação alvinegra, parecia que todas as palavras ditas antes do duelo se voltaram contra o time. João Filipe garantiu que a defesa estava preparada para não sofrer gols e que esperava que o Avaí atacasse pouco. Pois coube ao próprio zagueiro sentir a força ofensiva do Leão. Aos 13, falhou na marcação, Willian recebeu na cara do gol e fez 1 a 0 para os visitantes. Na comemoração, uma dancinha solitária.

O gol do time catarinense fez a pequena torcida do Botafogo perder a paciência. João Filipe passou a ser vaiado a cada toque na bola. Alessandro e Márcio Azevedo eram os outros alvos dos alvinegros. O nervosismo em campo ficou evidente e aumentou após mais um gol do Leão. Marquinhos Gabriel fez boa jogada e tocou para Rafael Coelho, que cabeceou com precisão, aos 22. Minutos antes, Willian chegou muito perto de balançar as redes, mas cabeceou para fora, após falha da marcação.

No minuto seguinte, Caio fez boa jogada pela esquerda, driblou dois e tocou para Herrera, sozinho na área, diminuir. O contra-ataque do Avaí veio em uma bonita jogada. Willian matou a bola na coxa e deu uma bicicleta. O chute passou perto do gol, à direita de Jefferson.

A jogada foi a gota d’água para Caio Junior decidir mexer na equipe. Marcio Azevedo saiu para a entrada de Cortês, que fez sua estreia no time. A decisão foi aprovada pela maioria dos torcedores, que vaiaram muito o lateral que deixou o campo. A nova contratação alvinegra entrou bem no jogo e iniciou a jogada que culminou com um chute forte de Alessandro de fora da área. Por muito pouco, o lateral-direito não marcou um golaço. A bola tirou tinta da trave.

Mais calmo, o Botafogo partiu para cima, mas esbarrou na falta de criatividade no meio. O time tinha a posse de bola, mas não conseguia produzir lances de muito perigo. Quando tudo levava a crer que o Avaí levaria a vitória parcial para o intervalo, Bruno tentou atrasar de cabeça para Renan, mas não viu que o goleiro estava bem à frente. Loco Abreu aproveitou e deixou tudo igual no Engenhão.

Ritmo lento na volta

Ao contrário do primeiro tempo, quando o jogo teve um ritmo acelerado, a segunda etapa começou bem mais devagar. O Botafogo dominou as ações, mas não chegava com perigo. Nos primeiros minutos, a torcida só se manifestou quando Caio Junior decidiu tirar Herrera e colocar Lucas. Irritados com a troca de um atacante por um lateral, os torcedores vaiaram a substituição. O jogador não demonstrou insatisfação com a sua saída e cumprimentou o técnico, ao contrário de Marcio Azevedo, no primeiro tempo.

O empate em 2 a 2 parecia agradar ao Avaí, que passou a se arriscar apenas nos contra-ataques e a fazer o tempo passar. Sem criatividade no meio, o Botafogo dependia das jogadas individuais. Caio, em chute de longe, obrigou Renan a fazer boa defesa. No rebote, Lucas foi ao chão, mas o juiz nada marcou. O lateral protagonizou uma boa jogada pela direita, depois de driblar dois e bater de canhota. O goleiro avaiano, atento, defendeu.

Embora ficasse com a bola na maioria do tempo, o Botafogo viu o Avaí ameaçar muito mais em apenas uma jogada. Evando, que havia acabado de entrar no lugar de Willian, driblou Arévalo e Jefferson, mas na hora de chutar, acertou Alessandro, que estava em cima da linha. No rebote, Rafael Coelho tentou de bicicleta, mas errou o alvo.

Na pressão, o Botafogo ainda tentou chegar ao gol da vitória. Sem sucesso. O time deixou o campo bastante vaiado pela torcida. “Time sem vergonha”, gritaram os torcedores.

BOTAFOGO 2 x 2  AVAÍ
Jefferson, Alessandro (Somalia), João Filipe, Antônio Carlos e Márcio Azevedo (Cortês); Marcelo Mattos, Arévalo, Everton e Caio; Herrera (Lucas) e Loco Abreu Renan, Felipe (Acleisson), Gian, Cássio e Julinho; Diogo Orlando, Marcinho Guerreiro, Bruno e Marquinhos Gabriel; Willian (Evandro) e Rafael Coelho (Fabiano).
Técnico: Caio Junior Técnico: Silas
Gols: Willian, aos 13, e Rafael Coelho, aos 22, do primeiro tempo, para o Avaí.  Herrera, aos 22, e Loco Abreu, aos 44, do primeiro tempo, para o Botafogo
Cartões amarelos: Gian, Cássio, Juninho, Diego Orlando (Avaí), Marcelo Mattos e Antônio Carlos (Botafogo)
Estádio: João Havelange (Engenhão). Data: 13/04/11. Competição: Oitavas de final da Copa do Brasil. Árbitro: Fabrício Neves Correa (RS). Auxiliares: José Javel Silveira (RS) e Carlos Henrique Selbach (RS).

Caio ganha vaga entre titulares para jogo contra o Avaí

Talismã é novidade de Caio Júnior para jogo de ida das oitavas de final da Copa do Brasil, nesta quarta

No mata-mata, o momento é de arriscar. Pensando assim, Caio Júnior promoveu Caio ao time titular do Botafogo no treino da tarde desta terça-feira, véspera da primeira partida contra o Avaí, pelas oitavas de final da Copa do Brasil. Além do talismã, que entrou no lugar de Bruno Tiago, Márcio Azevedo ganhou uma oportunidade na equipe, sendo essas as mudanças em relação ao time que perdeu por 2 a 0 para o Flamengo, no último domingo, pela Taça Rio.

Márcio Azevedo cumpriu suspensão no Carioca, sendo substituído por Somália. No entanto, Caio Júnior decidiu pelo retorno do lateral-esquerdo. Ele também ganhará a concorrência de Cortês, que ainda nesta terça-feira deverá ter sua situação regularizada e, assim, será inscrito na Copa do Brasil.

Em General Severiano, Caio Júnior orientou principalmente o posicionamento dos jogadores na saída da defesa para o ataque. A função de Caio foi se aproximar de Herrera e Loco Abreu, usando a velocidade na armação das jogadas.

Pelo coletivo, o Botafogo deve entrar em campo cotnra o Avaí com Jefferson, Alessandro, João Filipe, Antônio Carlos e Márcio Azevedo; Marcelo Mattos, Arévalo, Everton e Caio; Herrera e Loco Abreu.

‘Lamentável um clube como o Bota depender de outros’, atesta Jefferson

Lucas também está triste com situação, mas lembra: ‘Já vimos times se classificarem em último e serem campeões’

A derrota para o Flamengo, por 2 a 0, e os outros resultados da rodada do fim de semana colocaram o Botafogo em situação complicada. Para não ficar fora das semifinais da Taça Rio e, consequentemente, do estadual, o Glorioso precisa vencer o América na sua última partida na primeira fase do torneio e torcer para que o Fluminense ou o Olaria perca o seu jogo .

A situação mexe com os brios dos jogadores, que se mostram bastante chateados. Para o goleiro Jefferson, é muito triste o clube estar nessa situação.

– É lamentável um clube como o Botafogo depender de outros na reta final. Mas não temos que ficar lamentando. Temos que esquecer o que passou e concentrar nos próximos jogos

Apesar da tristeza, Jefferson se mostra confiante. O goleiro pede atitude de seus companheiros na batalha decisiva que está por vir.

– Não somente dá (para classificar), como precisamos disso. O verdadeiro campeão tem só meia-hora para ficar triste. Tem que esquecer os erros e levantar a cabeça. Não pode ficar lamentando.

Com o mesmo pensamento, Lucas é mais um a engrossar o coro de que ainda é possível não só se classificar para as semifinais da Taça Rio, como ser campeão carioca.

– Futebol é isso. Infelizmente, a gente se encontra nessa colocação. Chega a ser chato para a gente, mas já vimos casos de times que se classificaram em ultimo e foram campeões. O importante é passar. Na semifinal, é um campeonato à parte – atesta o lateral.

Esperança no Vasco

Em General Severiano, as fichas na classificação para as semifinais da Taça Rio estão depositadas no Vasco. Não há grande expectativa em uma derrota do Fluminense, já que o time enfrenta o Nova Iguaçu, que não aspira mais nada na competição. Mas, como o Olaria enfrenta o time de São Januário, há a esperança do clube da Colina bater o rival alvinegro por uma vaga nas semifinais da Taça Rio.

– Creio que o Vasco vai jogar no máximo, sim. Pelo profissionalismo dos jogadores, creio que eles vão se doar. A gente sabe da índole deles. Acho que jamais entregariam um jogo – disse Jefferson.

– A gente acredita na classificação, até porque o Vasco vai precisar da vitória para ficar em primeiro. E a gente tem que fazer a nossa parte. Vamos pensar na nossa vitória e deixar que o melhor possa acontecer.

O Botafogo encara o América no domingo, às 16h (horário de Brasília). Antes, porém, enfrenta o Avaí, na quarta-feira, pelo jogo de ida das oitavas de final da Copa do Brasil. O jogo será disputado no Engenhão, a partir das 19h30m.

Loco prefere estilo mais ofensivo, mas faz agradecimento a Joel

Atacante mede as palavras em sua entrevista e evita críticas ao ex-treinador

O relacionamento entre Joel Santana e Loco Abreu nos últimos dias do técnico no comando da equipe alvinegra já não era o mesmo do ano passado. O atacante chegou a mostrar insatisfação com o estilo de jogo da equipe após uma partida, o que desagradou ao treinador. Mesmo assim, segundo o uruguaio, não havia problemas entre eles.

Na tarde desta quinta-feira, em sua primeira entrevista após a saída do treinador de General Severiano (a última vez que o atacante concedeu entrevista coletiva foi na véspera do jogo contra o River Plate-SE, no dia 23 de fevereiro), Loco evitou comentar as declarações de Joel (o técnico disse que ele não deveria emitir opinião publicamente sobre o time) e fez questão de elogiar o ex-comandante, embora tenha deixado claro que prefere o estilo de jogo adotado por Caio Junior.

– Fico muito identificado (com o estilo do Caio) porque gosto dos treinadores que, ao longo da minha carreira, trabalharam com esse tipo de situação: Simeone, Pellegrini, Lillo, Tabarez e Hugo de León. Isso implica em maior concentração do jogador, porque a toda hora tem que ter mando da bola, movimentação e procurar o melhor passe. Você não corre atrás da bola, mas a bola corre para você pegar os passes que os companheiros dão. Isso dá a possibilidade de todo mundo participar do jogo, tanto no ataque quanto na defesa. Quero deixar claro que também é preciso ser agradecido ao Joel, que foi uma pessoa importante porque nos deu a possibilidade de um título inédito para o clube. Nos ajudou a crescer e a conquistar um título importante em um momento ruim. Então, não podemos esquecer dele e sempre seremos agradecidos a ele e à sua comissão. Mas no futebol, todo mundo tem gostos. É como a comida. Nem todo mundo gosta de feijão com arroz e nem todo mundo gosta de frango. Sempre respeito e jogo para ganhar. Mas, se você me perguntar qual futebol você gosta e de qual futebol você gostaria no dia de amanhã quando for treinador, é essa linha que temos hoje aqui. Nos times em que joguei com esse estilo, além de dar certo, consegui os objetivos.

Durante a entrevista, Loco teve cuidado com as palavras que iria usar, principalmente em relação às diferenças entre Joel e Caio. O atacante disse que não queria ser mal-interpretado. Para o jogador, o momento agora é de se concentrar nos treinos para poder se adaptar rapidamente ao estilo de treino de Caio Junior.

– A mudança é normal. Temos é que tratar de assimilar rápido a mudança de estilo e treinar forte para os próximos jogos.

Nos primeiros treinos sob o comando de Caio Junior, Loco foi orientado a trabalhar como pivô, aproveitando a aproximação dos meias. Segundo o atacante, essa é uma função que ele está acostumado a trabalhar.

– A minha característica não muda. O que muda é o esquema tático. Para fazer o pivô, tem que ter mais gente perto. Temos conversado sobre outras situações também que o Caio pede e vamos tentando fazer.

O Botafogo volta a campo neste domingo, contra o Flamengo. O jogo, válido pela 7ª rodada da Taça Rio, será disputado no Engenhão, a partir das 18h30m (horário de Brasília).

Com Herrera de garçom, e Loco artilheiro, Bota chega às oitavas

Depois de dois anos eliminado na segunda fase da Copa do Brasil, Alvinegro bate o Paraná por 3 a 0 e se classifica para as oitavas de final


Se nos dois últimos anos, o Botafogo deixou o Engenhão de cabeça baixa, eliminado em casa na segunda fase da Copa do Brasil, nesta quarta-feira a torcida alvinegra teve motivos para sorrir. O clube deixou de lado as frustrações de 2009 e 2010, quando caiu diante de Americano e Santa Cruz, e alcançou as oitavas de final da competição ao derrotar o Paraná Clube por 3 a 0.

O Botafogo, que havia vencido por 2 a 1 em Curitiba, contou, no Engenhão, com o protagonismo de sua dupla de ataque. Em um dia de garçom, Herrera deu os passes para os dois gols de Loco Abreu. Caio, que substituiu o uruguaio no segundo tempo, fechou o placar, em cobrança de pênalti. Como resultado final de uma equipe que voltou a mostrar equilíbrio entre seus setores, sem sofrer muitos sustos durante os 90 minutos, conquistou a classificação para enfrentar o Avaí na próxima fase. Antes, neste domingo, o time de Caio Júnior encara o Flamengo, no Engenhão, para se manter vivo no Campeonato Carioca.

Apesar da vantagem de poder perder por 1 a 0, o Botafogo procurou, desde o início da partida, o gol que lhe daria tranquilidade ainda maior. Assim, apostou principalmente na velocidade de Márcio Azevedo, Everton e Herrera para levar a melhor sobre a defesa do Tricolor paranaense. Com uma saída rápida para o ataque e constante troca de passes, o Alvinegro logo garantiu o domínio do campo.

No entanto, a equipe errava as conclusões. Um dos mais acionados, Herrera não se encontrava em campo, chegando a tropeçar na bola. Aos dez minutos, após cabeçada de Antônio Carlos para o centro da área, o argentino perdeu chance incrível, chutando por cima. Muitos torcedores, em um gesto raro, criticaram o atacante. A partir dos 20 minutos, diante da impaciência dos poucos presentes ao estádio e com a frustração pelas falhas, o Alvinegro passou a ceder espaços ao Paraná, que equilibrou o duelo.

Mas felizmente para a mesma torcida que ensaiou vaias para um de seus ídolos, Herrera não desiste. E foi acreditando em uma bola quase perdida pela linha de fundo que, aos 29 minutos, o argentino cruzou do lado direito para Loco Abreu. O uruguaio subiu com estilo, cabeceou para o chão e abriu o placar para o time da casa.

Satisfeito com a vantagem, o Botafogo novamente se acomodou e terminou o primeiro tempo sendo dominado pelo Paraná. A equipe visitante exigiu uma grande defesa de Jefferson, em chute de Diego, e levou perigo em sucessivas cobranças de escanteio.

Com o lateral-direito Lucas substituindo Bruno Tiago no meio-campo, o Botafogo retornou para o segundo tempo com uma postura ainda mais agressiva. O objetivo era marcar mais um gol, evitar a disputa de pênaltis e garantir a classificação. Não demorou muito para o plano dar resultado. Aos nove minutos, Herrera puxou contra-ataque pela esquerda e viu Loco Abreu livre dentro da área. O argentino cruzou rasteiro, e o camisa 13 completou para a rede: 2 a 0.

Logo em seguida, o artilheiro deixou o campo, substituído por Caio. O treinador Caio Júnior ouviu críticas, mas a decisão teve como objetivo poupar Abreu, que sentia dores musculares e precisa estar na melhor forma possível para enfrentar o Flamengo no domingo. O mesmo aconteceu com Herrera, que aos 31 minutos deixou o campo para a entrada de Willian.

Mesmo com a classificação encaminhada, o Botafogo se preocupou em não dar chances para o Paraná. Sem acomodação, o Alvinegro continuou a investir pelo lado direito, criando boas chances de gol. A melhor delas teve um desfecho inacreditável. Herrera avançou aos 22 e, frente a frente com o goleiro Thiago Rodrigues, decidiu dar uma de garçom mais uma vez. O atacante tocou para Everton, que, com o gol vazio, conseguiu mandar a bola no travessão.

Com a vaga praticamente perdida, o Paraná ainda assustou aos 41. Diego chutou de fora da área e obrigou Jefferson a fazer bela defesa. No lance seguinte, o Bota teve mais sorte. Caio invadiu a área e foi derrubado por Serginho. O próprio atacante bateu e selou o triunfo e a classificação alvinegra para as oitavas. Deixando as frustrações de 2009 e 2010 realmente no passado.

BOTAFOGO 3 X 0 PARANÁ
Jefferson, Alessandro, João Filipe, Antônio Carlos e Márcio Azevedo; Marcelo Mattos, Arévalo, Bruno Tiago (Lucas) e Everton; Herrrera (William) e Loco Abreu (Caio). Thiago Rodrigues, Paulo Henrique, Luciano Castán, Rodrigo Defendi e Lima; Serginho, Javier Méndez (Taianan) e Packer (Vinícius); Kelvin, Diego e Léo (Renato).
Técnico: Caio Júnior Técnico: Ricardo Pinto
Gols: .Loco Abreu, aos 29 minutos do primeiro tempo e aos nove do segundo; Caio (de pênalti), aos 43
Cartões amarelos: Serginho (PAR)
Data: 06/04/2011. Local: Engenhão (Rio). Árbitro: Cleber Wellington Abade (SP). Auxiliares: Vicente Romano Neto (SP) e João Nobre Chaves (SP). Público: 4.962 pagantes / 6.014 presentes. Renda: R$ 75.645,00